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Mais do que um comunicador e apresentador carismático, Silvio Santos foi um visionário que soube como ninguém unir entretenimento e negócios, impactando diretamente o varejo nacional. Sua influência vai muito além das câmeras, estendendo-se ao empreendedorismo e à forma como o consumo foi moldado no Brasil ao longo das últimas décadas. Aos 93 anos, um dos maiores ícones da televisão brasileira, faleceu na madrugada deste sábado (17/8).
Senor Abravanel na identidade, mas Silvio Santos para o mundo. Ele iniciou sua carreira como camelô nas ruas do Rio de Janeiro, onde desde cedo demonstrou seu talento para vendas. Foi essa habilidade que o levou a criar um dos maiores impérios de comunicação e varejo do Brasil, o Grupo Silvio Santos. O conglomerado inclui empresas como o Baú da Felicidade, Sizan Seguros, Hotel Jequitimar, Lojas do Baú, Jequiti Cosméticos, além da icônica rede de televisão SBT (Sistema Brasileiro de Televisão).
O empresário soube transformar o consumo em entretenimento, utilizando sua popularidade na televisão para alavancar as vendas de seus produtos e serviços. O Baú da Felicidade, por exemplo, é um marco na história do varejo brasileiro. Fundado em 1958, o Baú oferecia carnês de compras que permitiam aos consumidores parcelarem suas aquisições, uma inovação para a época que democratizou o acesso a bens de consumo.
A estratégia de Silvio Santos era simples, mas eficaz e genial: associar seus produtos a uma marca forte e confiável. Isso foi fundamental para o sucesso das Lojas do Baú e da Jequiti. Dados de mercado indicam que, em seu auge, o Baú da Felicidade contava com milhões de carnês ativos, sendo um dos maiores varejistas do Brasil.
Outra contribuição significativa foi a integração entre mídia e varejo, que Silvio Santos promoveu como ninguém. Ao utilizar o SBT como plataforma para expor suas marcas, ele criou um ciclo virtuoso de consumo e entretenimento. Programas como “Show do Milhão” e “Roda a Roda Jequiti” não só capturaram a atenção do público, mas também impulsionaram diretamente as vendas das empresas do grupo.
O modelo de negócios criado por Silvio Santos continua a influenciar o varejo brasileiro. Sua abordagem multifacetada de conectar mídia, entretenimento e varejo abriu caminho para outras empresas seguirem o mesmo caminho, compreendendo que o consumidor não busca apenas produtos, mas experiências.
Segundo estudos apresentados na Harvard Business Review, empresas que conseguem conectar emocionalmente com seu público têm um desempenho superior em vendas e fidelidade. E o dono da SBT entendeu isso antes de muitos, criando uma conexão pessoal com seus consumidores que transcende gerações.
Para se ter ideia da visão estrategista e além do tempo do Sr. Abravanel, ele observou a importância da personalização e da conexão emocional com o consumidor não sendo apenas uma tendência, mas uma necessidade nas vendas. Hoje, no varejo moderno, esses fatores são preponderantes para o sucesso de um negócio. Estudos mostram que 89% dos profissionais de marketing dizem que a personalização aumentou os lucros, e 72% dos consumidores só interagem com mensagens de marketing personalizadas. Silvio Santos foi um precursor nessa abordagem, utilizando suas empresas para criar uma experiência única para os consumidores, que se sentiam pessoalmente conectados à marca.
O legado de Silvio Santos no varejo brasileiro é inegável. Sua habilidade em inovar e conectar emocionalmente com os consumidores inspira e ensina as futuras gerações de empreendedores. O modelo de negócios que ele construiu não só resistiu ao teste do tempo, mas continua a ser uma referência no setor, inspirando novas estratégias que unem entretenimento, mídia e varejo de maneira eficaz.
Por Alex Akira, via www.cndl.org.br