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Balanço do Comércio Capixaba #2: ES se destaca no cenário nacional

O bom momento do comércio capixaba foi puxado por setores como farmacêutico, médico, ortopédico, perfumaria, cosméticos, vestuário e moda.

O comércio varejista do Espírito Santo vem se destacando, em 2025, com resultados expressivos e desempenho acima da média nacional e regional. No primeiro trimestre deste ano, as vendas no estado cresceram 3,9% em comparação com o mesmo período de 2024, superando largamente os avanços registrados no Sudeste (+0,8%) e no Brasil (+1,2%).

Em março, o Espírito Santo seguiu na contramão das demais regiões: enquanto o volume de vendas capixaba cresceu 1,2%, o Brasil e o Sudeste apresentaram retrações de 1% e 1,8%, respectivamente.

Setores que impulsionaram as vendas

O bom momento do comércio capixaba foi puxado por setores como farmacêutico, médico, ortopédico, perfumaria, cosméticos, vestuário e moda. Parte desse crescimento também está relacionada ao fortalecimento da economia do café no estado. O aumento no preço do produto, aliado à melhoria na remuneração dos produtores, elevou o poder de compra das famílias, principalmente no interior, que concentra mais de 40% do varejo capixaba e tem registrado forte movimentação nas lojas físicas e no comércio de rua.

De acordo com Rogério Alcântara, presidente da CDL Vitória, o equilíbrio fiscal e político do Espírito Santo também tem sido um diferencial competitivo importante para o desempenho positivo do comércio.

Expectativas para os próximos meses

As projeções seguem otimistas. A Fecomércio-ES estima que o comércio varejista do estado deverá movimentar cerca de R$ 6,98 bilhões apenas no mês de junho. Para o segundo semestre, a expectativa é de superar os resultados de 2024, com foco na preparação de estoques, expansão de lojas e dinamização dos negócios.

Um cenário econômico puxado pelo mercado de trabalho

Já os dados do Indicador de Atividade Econômica (IAE-Findes) mostram que, no primeiro trimestre, o setor de serviços teve leve crescimento de 0,9%, com destaque para o comércio (0,4%), o transporte (0,8%) e o turismo. Segundo a economista Marília Silva, da Findes, o mercado de trabalho aquecido tem sido um dos principais sustentadores do consumo no estado. A taxa de desemprego no Espírito Santo ficou em apenas 4%, uma das menores do país, e o rendimento médio real dos trabalhadores aumentou 10,5% nos 12 meses até março, superando a inflação acumulada de 5,15% na Grande Vitória.

Impactos externos e desafios

O ambiente de crédito continua desafiador. As altas taxas de juros, que chegaram a 14,75% ao ano, dificultam o acesso ao crédito tanto para consumidores quanto para empresas. Ainda assim, modalidades como o crédito consignado privado ganharam espaço, mesmo em meio ao aumento dos níveis de inadimplência, segundo dados da CNDL e do SPC Brasil.

Panorama nacional

No cenário brasileiro, o PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, impulsionado especialmente pelo setor agropecuário, que avançou 12,2% no período. O comércio e os serviços apresentaram crescimento mais moderado, de 0,3% cada. As projeções para o PIB nacional foram ajustadas para um crescimento de 2,2% em 2025, levemente abaixo do desempenho de 2024.

As vendas do comércio no país mostram um ritmo de crescimento mais lento em 2025. Houve queda de 0,4% nas vendas em abril, após três meses de alta, mas o acumulado de janeiro a abril ainda registra crescimento: 2,1% no comércio varejista e 1% no varejo ampliado. Segmentos como tecidos, vestuário e calçados (+4,9%) e materiais de construção (+3,8%) lideram as vendas no ano.

Ambiente desafiador, mas cenário otimista

Mesmo em um ambiente desafiador, com juros elevados e inflação acima da meta, o comércio capixaba mostra vigor e capacidade de superação. Com um mercado de trabalho forte, um interior pulsante e uma economia diversificada, o Espírito Santo vem consolidando sua posição de destaque no Sudeste brasileiro e projetando um segundo semestre de ainda mais oportunidades para os empresários e consumidores.

Confira de forma resumida:

Desempenho no 1º Trimestre de 2025

  • Crescimento das vendas no Espírito Santo: +3,9%
  • Crescimento no
  •  Sudeste: +0,8%
  • Crescimento no Brasil: +1,2%

Variação em março de 2025 (comparação com março de 2024)

  • Espírito Santo: +1,2%
  • Brasil: -1,0%
  • Sudeste: -1,8%

Setores que impulsionaram as vendas

  • Farmacêutico
  • Médico
  • Ortopédico
  • Perfumaria e cosméticos
  • Vestuário e moda

Fatores que sustentaram o crescimento

  • Equilíbrio fiscal e político no Espírito Santo
  • Valorização da economia do café:

Alta nos preços

 Melhora na remuneração dos produtores

  • Interior forte:

Mais de 40% do varejo capixaba está no interior

Comércio de rua em expansão

Expectativas e projeções

  • Movimentação financeira prevista em junho/2025:
    R$ 6,98 bilhões no varejo capixaba
  • Projeção para o 2º semestre de 2025:
  •  Superar os resultados de 2024

Foco em:

  • Preparação de estoques
  • Dinamização dos negócios
  • Abertura de novas lojas
  • Ampliação de frentes comerciais

Economia capixaba – IAE-Findes – Desempenho por setor:

  • Serviços: +0,9%
  • Comércio: +0,4%
  • Transporte: +0,8%

Dados nacionais – CNDL e IBGE

PIB Brasil – 1º Trimestre de 2025

  • Crescimento geral: +1,4%
  • Agropecuária: +12,2%
  • Comércio e Serviços: +0,3%

Projeção de crescimento do PIB em 2025:

  • De 2,0% para 2,2% (Boletim Focus – julho)

Vendas no comércio brasileiro

  • Comércio varejista (Jan-Abr/2025): +2,1%
  • Varejo ampliado (Jan-Abr/2025): +1,0%

Segmentos em destaque (Jan-Abr/2025):

  • Tecidos, vestuário e calçados: +4,9%
  • Materiais de construção: +3,8%
  • Hipermercados e supermercados: +1,8%
  • Veículos, motocicletas, partes e peças: +1,8%

Desafios atuais

  • Inflação acumulada (12 meses até maio):
    • Brasil: 5,32%
    • Grande Vitória: 5,15%
    • Taxa Selic: 14,75% ao ano
    • Inadimplência: Em níveis recordes no país

Mercado de trabalho no Espírito Santo

  • Taxa de desemprego: 4% (uma das menores da série histórica)
  • Rendimento médio real: Crescimento de 10,5% em 12 meses

O aumento da massa salarial acima da inflação tem ajudado a sustentar o consumo das famílias capixabas, mesmo diante de juros altos e desafios no crédito.

Fonte: CNDL, Fecomércio-ES, Findes e IBGE.

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