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Com a crise provocada pela pandemia do coronavírus, empresas estão investindo principalmente nas mídias sociais para se aproximar do público
A Páscoa, principal período de vendas para a indústria do chocolate durante o ano, se transformou, em 2020, em um dos maiores desafios já encarados pelos setores. Com a crise provocada pela pandemia do coronavírus, os empresários que esperavam um crescimento de 5% a 10% nas vendas este ano (de acordo com pesquisas do segmento), estão tendo de criar soluções alternativas para reduzir o impacto com a restrição de deslocamento dos clientes imposta em praticamente todos os estados.
A empresária Andressa Candido comenta que a pandemia foi como um soco no estômago, pegando esses comércios em seu momento mais importante do ano. Atuando como Microempreendedora Individual, Andressa formalizou seu negócio há dois anos e vem sistematicamente desenvolvendo novos produtos para conquistar a clientela. Em 2019, ela lançou os corações de chocolate lapidados, com grande aceitação do público. Para 2020, a grande aposta são os ovos que simulam pedras preciosas. A expectativa de Andressa para a Páscoa desse ano era superar o resultado alcançado em 2019, quando a “Sabor de Marte” alcançou uma venda de aproximadamente R$ 17 mil. Com a determinação de restrição aos deslocamentos das pessoas, o foco da empresária agora é reduzir as perdas e – principalmente – encontrar novas alternativas para chegar ao cliente.
A decisão da empresária tem sido de apostar na comunicação com o público por meio das redes sociais da empresa. “Estamos dizendo ao nosso consumidor: você não precisa sair de casa. Nós vamos até você”, comenta Andressa. Além disso, a empresária adotou uma série de medidas para dar mais tranquilidade ao cliente quanto à segurança do produto: “Nós redobramos os cuidados com a higiene, que já eram altos. Estamos com regras ainda mais rigorosas. E garantimos toda a segurança até o momento da entrega na casa do consumidor, uma vez que nós mesmos fazemos esse serviço”, comenta. “Essa situação toda é muito triste. Mas não podemos parar. Temos de manter as esperanças e não podemos deixar de celebrar a vida. A cada dia estamos aprendendo algo novo com essa crise”, diz Andressa.
Atento às necessidades específicas desses empreendedores, o Sebrae preparou um conjunto de sugestões que podem ser adotadas para reduzir as perdas com a pandemia do Coronavírus.
CUIDADOS FINANCEIROS
O momento pede que empreendedores revejam seus gastos e cuidem do controle do fluxo de caixa. Repense expectativas de vendas, evitando compras desnecessárias, inclusive para o período da Páscoa. Se trabalha com encomenda, peça mais prazo de produção para seu cliente. Se tem contas em aberto com fornecedores, renegocie prazos de pagamentos. Se necessário, reduza sua oferta (mix) de produtos, trabalhando apenas com aqueles que garantem boa margem de lucro, priorizando liquidar o estoque acumulado e não fazer compras arriscadas. A hora é de apertar os cintos.
CUIDADOS COM A PRODUÇÃO
Todo estabelecimento de alimentação deve cumprir as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e manipulação de alimentos. No cenário atual, as BPFs devem ser revistas e implementadas por completo, caso haja falhas de operação, conforme estabelece a RDC ANVISA nº 216/04, disponível no link. A RDC deve ser lida e compreendida, destacando-se que os responsáveis pela manipulação devem ter conhecimentos sobre contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos alimentos e boas práticas. Um exemplo de cuidados é a redução de microrganismos presentes na pele em níveis seguros, durante a lavagem das mãos com sabonete antisséptico ou por uso de agente antisséptico (como o álcool 70%) após a lavagem e secagem das mãos. Luvas e máscaras também podem ser aliadas, mas devem ser substituídas com frequência. No Portal do Sebrae estão disponíveis materiais orientativos, incluindo um curso EAD de boas práticas, disponível no link .
CUIDADOS COM A SAÚDE
Esteja atento à sua saúde e das pessoas ao seu redor, seja sua família, fornecedores ou clientes. Respeite as distâncias e oriente a todos sobre as cautelas necessárias. Muitas confeitarias são formadas por empreendedores que trabalham sozinhos, ou que contam com poucos auxiliares. É fundamental que você ou seu colaborador se afaste totalmente da produção caso haja suspeita da doença ou de contato com doentes, ainda que a princípio pareça um leve resfriado. Monitore a temperatura corporal e esteja atento a tosses e falta de ar.
REPENSANDO O MODELO DE NEGÓCIO
É importante repensar o modelo de negócio nesse momento. Se a empresa trabalha com um ponto fixo, a alternativa para driblar a falta dos clientes é investir imediatamente nas mídias sociais, nas plataformas de comércio eletrônico e nos aplicativos de entrega. Comunique ao cliente (o que muitas vezes acontece por aplicativos de comunicação e redes sociais) que seu negócio está adotando todas as medidas cabíveis que prezam pela segurança e qualidade do seu produto. Atente-se para que todos os seus fornecedores e prestadores de serviço (como entregadores) também tenham todo o cuidado necessário com o coronavírus.
OPORTUNIDADES PARA CONFEITARIAS
Para a confeitaria, o momento é mais propício para produtos que sejam protegidos (embalados individualmente). Alimentos a serem compartilhados (como bolos de corte) são um possível foco de contaminação no momento de o cliente compartilhá-los com seus amigos e familiares. Além disso, o adiamento de diversos eventos e confraternização limitarão essas demandas. A confeitaria apresenta muitos produtos de tamanhos menores, e apostar nessas opções, embalando-as individualmente, é uma oportunidade. Nessa linha de produtos, entram os brownies, cupcakes, pão de mel, docinhos, bolo de amanhã, bolo no pote, dentre outros.
Matéria original: Sebrae