Balanço do Comércio Capixaba #4

Vitória conquista 2º lugar em competitividade, mas Estado sente efeitos do tarifaço

Vitória alcançou um marco histórico no Ranking de Competitividade dos Municípios, ultrapassando São Paulo e conquistando a 2ª colocação nacional, ficando atrás apenas de Florianópolis (SC), que ocupa o primeiro lugar. O resultado, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), é o melhor desde a criação do levantamento, em 2020, e reforça a evolução da capital capixaba em áreas estratégicas como Segurança Pública, Saúde, Sustentabilidade Fiscal e Educação.

Entre os destaques, a cidade conquistou o 1º lugar no pilar Capital Humano, reflexo dos indicadores positivos de qualificação da mão de obra. No pilar Acesso à Saúde, Vitória subiu 18 posições e garantiu a 4ª colocação nacional, com avanços expressivos na cobertura vacinal e no atendimento pré-natal.

Outro ponto relevante foi o desempenho no pilar Qualidade da Saúde, em que a cidade ficou em 1º lugar no indicador de Mortalidade Materna, registrando zero mortes a cada 10 mil mulheres.

A gestão pública também obteve destaque no ranking: no pilar Funcionamento da Máquina Pública, Vitória alcançou o 4º lugar nacional, impulsionada pela avaliação positiva da qualidade das informações contábeis e fiscais e pela agilidade na abertura de empresas.

Mas, ao mesmo tempo em que comemora conquistas, o Espírito Santo também enfrenta desafios no cenário internacional. Um estudo do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar), da UFMG, aponta que o Estado deve ser proporcionalmente o mais impactado pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos. A retração estimada é de 0,45 ponto percentual sobre o PIB em dois anos, o que equivale a cerca de R$ 1,087 bilhão de perda para a economia capixaba.

Cenário nacional: crédito, inadimplência e desempenho do varejo

No panorama nacional, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) traz importantes indicadores sobre crédito, inadimplência e desempenho do varejo. Em julho, a demanda por crédito registrou queda anual de 9,63%, mas mostrou crescimento de 61,20% na comparação com junho, sinalizando forte movimento pontual de busca por soluções financeiras. O perfil dos solicitantes é majoritariamente masculino (54,37%), com destaque para a faixa etária de 40 a 49 anos (24,33%). Abrindo os resultados por região, o Sudeste apresentou a maior participação no número de consultas em julho, com 46,38%, seguido pelo Nordeste, Sul, Centro‐Oeste e Norte.

Por outro lado, a reincidência na inadimplência continua elevada: 83,16% dos consumidores negativados em julho já haviam aparecido anteriormente nas listas de devedores, revelando dificuldade persistente em regularizar pendências. Entre eles, 61,58% acumularam novas dívidas sem quitar as antigas, e o tempo médio entre uma negativação e outra é de apenas 74 dias. A análise do perfil dos devedores reincidentes em julho de 2025 aponta ainda que a faixa etária de 30 a 39 anos continua sendo a mais representativa, com 25,36% do total. Quanto à participação por sexo, a distribuição se mantém equilibrada: 52,97% mulheres e 47,03% homens.

Desempenho do comércio brasileiro

O comércio brasileiro segue ativo, mas com sinais claros de perda de fôlego em comparação a 2024. No primeiro semestre de 2025, as vendas do varejo ampliado cresceram 0,5% frente ao mesmo período do ano anterior, enquanto o varejo restrito avançou 1,8%, segundo o IBGE. Apesar do saldo positivo, a desaceleração é evidente, reforçada pela retração registrada entre junho e julho. O movimento reflete os efeitos da inflação persistente e da elevação dos juros, que encarecem o crédito e restringem o consumo de bens de maior valor.

Um dos pilares de sustentação da economia continua sendo o mercado de trabalho. Entre janeiro e junho, o país gerou 1,22 milhão de vagas formais, de acordo com o CAGED, das quais 90.876 foram no comércio. A taxa de desemprego recuou para 5,8%, o menor nível da série histórica, e houve queda na informalidade, sinalizando maior estruturação do mercado.

Ainda assim, os desafios permanecem. O crédito, embora em expansão, enfrenta juros mais altos, comprimindo a renda das famílias e aumentando o risco de inadimplência. No cenário externo, o tarifaço americano pressiona custos de insumos importados, exigindo dos empresários alternativas como diversificação de fornecedores, renegociação de prazos e revisão de preços.

“O cenário é de contrastes: temos vitórias importantes, como a posição de destaque de Vitória no ranking de competitividade, mas também enfrentamos desafios globais e nacionais que pedem resiliência e estratégia. Para o comércio, a palavra-chave é adaptação”, avalia Rogério Alcântara, presidente da CDL Vitória.

Confira o panorama da economia:

Vitória em destaque

– A capital capixaba alcançou a 2ª posição no Ranking de Competitividade dos Municípios, ultrapassando São Paulo e ficando atrás apenas de Florianópolis (SC).

– O resultado, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), é o melhor desde a criação do levantamento, em 2020, e reforça a evolução da capital capixaba em áreas estratégicas como Segurança Pública, Saúde, Sustentabilidade Fiscal e Educação.

– Entre os destaques, a cidade conquistou o 1º lugar no pilar Capital Humano, reflexo dos indicadores positivos de qualificação da mão de obra. No pilar Acesso à Saúde, Vitória subiu 18 posições e garantiu a 4ª colocação nacional, com avanços expressivos na cobertura vacinal e no atendimento pré-natal.

– Outro ponto relevante foi o desempenho no pilar Qualidade da Saúde, em que a cidade ficou em 1º lugar no indicador de Mortalidade Materna, registrando zero mortes a cada 10 mil mulheres.

Impacto do tarifaço

– Estudo do Cedeplar/UFMG aponta que o Espírito Santo deve ser o Estado mais afetado pelo tarifaço dos EUA, com impacto de 0,45 ponto percentual no PIB em dois anos, equivalente a R$ 1,087 bilhão.

Demanda por crédito

– Segundo a CNDL, a busca por crédito caiu 9,63% em julho na comparação anual, mas cresceu 61,20% em relação a junho, no maior salto mensal da série histórica. Perfil predominante: homens de 40 a 49 anos.

Reincidência na inadimplência

– O índice atingiu 83,16% em julho: a maioria dos consumidores negativados já havia estado em situação semelhante nos últimos 12 meses, evidenciando dificuldade de recuperação financeira.

-Entre eles, 61,58% acumularam novas dívidas sem quitar as antigas, e o tempo médio entre uma negativação e outra é de apenas 74 dias.

– A análise do perfil dos devedores reincidentes em julho de 2025 aponta ainda que a faixa etária de 30 a 39 anos continua sendo a mais representativa, com 25,36% do total. Quanto à participação por sexo, a distribuição se mantém equilibrada: 52,97% mulheres e 47,03% homens.

Varejo

– O varejo ampliado cresceu 0,5% frente ao 1º semestre de 2024. E o varejo restrito avançou 1,8% no mesmo período (IBGE). Entre junho e julho houve retração nas duas modalidades.

– Entre os fatores de pressão estão a inflação persistente e juros elevados encarecem o crédito, e, com isso, o consumo de bens de maior valor fica limitado.

– Quanto ao mercado de trabalho, foram criadas 1,22 milhão de vagas formais no Brasil (CAGED). O comércio gerou 90.876 novos postos entre janeiro e junho. A taxa de desemprego caiu para 5,8%, o menor nível da série histórica. Além disso, houve queda na informalidade, indicando maior estruturação do mercado.

– Desafios persistentes: crédito em expansão, mas com juros altos, comprimindo renda e elevando a inadimplência; e tarifaço americano, que encarece insumos importados e faz com que os empresários precisem diversificar fornecedores, renegociar prazos e revisar preços.

Fonte: CNDL, CLP, Cedeplar/UFMG, Prefeitura de Vitória, CAGED, IBGE e pesquisa.

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